quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desanuviar

Hoje choveu.
Choveu em ritmo de guitarra espanhola, me esfriou as mãos, molhou a terra, e me tocou a pele.
Choveu como quem chorasse.
Senti o cheiro do inverno me nublando a alma e inundando gradativamente o coração no líquido amargo de algumas lembranças.
Mensurei a dimensão do dilúvio que minha memória sensorial pode trazer, e entendi que preciso com urgência construir novas recordações de fim de ano.
Que a chuva regue vivências de paz,
e não de mal.




"Vai embora nuvem, vai embora e não vem mais"